Declaração foi feita durante evento “Nova Indústria Brasil”, que contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu nesta segunda-feira (26) a elevação da tributação sobre as plataformas de apostas online, conhecidas como “bets”, como forma de compensar o impacto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e aliviar as finanças populares. A declaração foi feita durante o evento “Nova Indústria Brasil”, que contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Mercadante argumentou que as bets estão “corroendo as finanças populares” e que aumentar os impostos sobre essas plataformas poderia “diminuir, por exemplo, o impacto do IOF e criar alternativas”. Ele destacou que o IOF gera receita e contribui para a sustentabilidade da relação dívida-PIB, enquanto a Selic gera dívida.
“A Selic gera dívida. O IOF gera receita, diminui o problema da relação dívida-PIB na sustentabilidade. Eu estou entre aqueles que [entende que] precisamos olhar gastos estruturais e compensar como é que a gente aumenta a eficiência“, afirmou.
Além disso, Mercadante cobrou uma redução gradual da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 14,75% ao ano, o maior patamar desde 2006. “Vamos baixar a Selic, porque tem espaço para fazer de forma gradual, segura e sustentável”, disse o presidente do BNDES.
Imposto de Renda
Durante o evento, o vice-presidente Geraldo Alckmin também se pronunciou sobre a tributação, sugerindo que a alíquota de 27,5% do Imposto de Renda deveria ser aplicada apenas para quem ganha R$ 100 mil ou mais. Atualmente, essa alíquota é cobrada de quem ganha acima de R$ 5.830,85.
“Como é que pode isso? (…) Então vai-se fazer justiça, até R$ 5.000 está isento. 5 a 7 tem uma redução. Essa é a lógica do imposto de renda, proporcionar quem ganha mais, paga mais, e quem ganha menos, paga menos“, afirmou Alckmin.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou entrar em polêmicas, mas afirmou que trabalha para que tributos e a taxa de juros voltem a “patamares adequados”. Na saída do evento, Haddad reconheceu que a Selic aumenta o custo do crédito, mas ressaltou que “nem por isso os empresários deixam de compreender a necessidade da medida”.
Ele afirmou que quer resolver a situação “o quanto antes” para que tanto a tributação quanto a taxa de juros do país voltem a “patamares adequados”.
