Painel discutiu os desafios e avanços na criação de um mercado regulamentado no país
O primeiro painel do EGR Power Summit Rio reuniu especialistas renomados para discutir os desafios e os avanços na criação de um mercado regulamentado no Brasil. Moderado por Thomas Carvalhaes, Country Manager da Stake. O debate, intitulado “A jornada da regulamentação no Brasil: explorando as diretrizes, avanços e desafios no caminho para um mercado regulamentado”, trouxe perspectivas diversas sobre o futuro do setor.
Participaram do painel Neil Montgomery, fundador da Montgomery; Fellipe Fraga, diretor comercial da EstrelaBet; Udo Seckelmann, chefe de jogos e cripto da Bichara e Motta Advogados; Leonardo Baptista, CEO da Pay4Fun; e Valter Delfraro Junior, executivo de relações governamentais daGaming Laboratories International (GLI).
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Durante o debate, os participantes enfatizaram a importância de uma regulamentação sólida para garantir transparência, segurança e crescimento sustentável no mercado.
Leonardo Baptista, CEO da Pay4Fun, destacou o papel fundamental da educação no processo de regulamentação.
“A gente vem falando muito e nós que participamos aí de painéis, a gente vem repetindo cada vez mais essa palavra ultimamente. Eu acho que esse é o gancho da regulamentação: educação. E assim vai acabar com o jeitinho no setor. Eu estive na semana passada em Brasília, tive o prazer de conversar com o pessoal da CNN e do Poder360 e justamente esse o ponto. As perguntas estão vindo de uma maneira diferente, os questionamentos estão vindo de uma maneira diferente por parte da mídia. Então eu entendo que essa regulamentação tem sido bem feita e o Brasil tá de parabéns em tudo que foi feito. É sensacional você colocar da porta para fora, nos veículos de comunicação, isso tudo que está aqui”, disse.
Para o executivo, a regulamentação vai tirar possibilidade de práticas sem conformidade com a lei. “Uma coisa que posso afirmar é que a regulamentação vai acabar com o jeitinho no país, ressaltou.
Udo Seckelmann, da Bichara e Motta Advogados, ressaltou que, apesar das imperfeições, a regulamentação brasileira evoluiu significativamente.
“A regulamentação que faz sentido, né? Eu recebo muita pergunta, principalmente de gringos, que perguntam se a regulamentação brasileira ficou boa. Eu falo, olha, sempre dá pra melhorar, né? Mas com esse modelo que a gente tá hoje, que a gente tá caminhando pro mercado regulamentado, dá sim pra se operar no Brasil. E esse que é a grande vitória que a gente teve nos últimos anos aqui”, disse.
Para Valter Delfraro Junior, da GLI, o avanço da indústria mudou a percepção pública sobre o setor.
“Ter ter um evento como esse até alguns anos era impensável. A gente tinha vergonha de falar na indústria que a gente trabalhava. Hoje eu acho que cada um de nós aqui tem o maior orgulho de poder ver aonde a gente chegou. Daqui a pouco o próprio jogador, para quem a gente faz tudo isso, ele também vai começar a perceber que – no momento que ele está jogando no site legalizado – ele vai ter o regulador a quem recorrer. Então é um caminho que eu acho que nós tomamos com muita segurança e muito bem pensado”, destacou.
Neil Montgomery, fundador da Montgomery, celebrou o diálogo entre reguladores e operadores.
“E dá muito orgulho, como operador do direito, poder participar desse momento na história do Brasil. Acho que a SPA está de parabéns por deixar a porta aberta em todos os seus níveis, de dialogar. Nós todos estamos aprendendo aqui. É um mercado novo, estamos decolando pela primeira vez, então uma mão tem que lavar a outra”, concluiu.
Bônus
Um dos pontos abordados foi a recente proibição de bônus nas casa de apostas. Para Fellipe Fraga, após a “passagem do turbilhão”, será preciso analisar com mais cautela a funcionalidade do recurso para as empresas.
É importante mostrar que o bônus não necessariamente é uma coisa ruim, não é o bônus que vai trazer um vício ou qualquer comportamento negativo, mas é simplesmente uma ferramenta de comunicação entre uma plataforma de entretenimento e o seu cliente. E qualquer indústria é possível fornecer bônus, mas no mercado eu fui comprar para fazer uma caixa de sucrillhos. A promoção era leve 600, paga 400, sei lá, coisa assim. Isso não é um tipo de comunicação, qualquer indústria que você imaginar tem ferramentas de atratividade para a venda do seu produto e, no meu entendimento, não só jurídico mas social, não vê nenhum problema em isso acontecer em diversas formas, apesar de respeitar o entendimento, os questionamentos sobre bônus de aquisição de cliente”, disse.
Segundo Fellipe, o recurso deve estar disponível apenas para os clientes já cadastrados.
“A aquisição do cliente pode ser feita de outra forma, mas no processo de retenção do cliente. Já é um cliente que está lá com você, já correto o produto, você continuar tratando o cliente de forma diversa, tem que ser possível. Eu espero que essas ferramentas para o cliente voltem. O programa de fidelidade acaba sendo uma roupa bonita para um bom agitador de cliente. Por que eu preciso ter um programa todo desenhado de fidelidade se eu não posso andar em meio para o cara que já está jogando? É só uma nomenclatura diferente, pelo menos na minha visão nesse momento é isso. Vai ser esse processo de ajuda depois, mas é fundamental para o próprio funcionamento, para a indústria rodar, que essas ferramentas sejam atualizadas, e aí vai ser a própria competitividade do mercado, vai ter quem oferece esse tipo de bônus, vai ver se o bônus vai funcionar. Aí vai ter que ter a certificação do bônus e todo esse processo natural”, concluiu.