Fantástico divulgou mensagens entre irmão de Bruno Henrique e pais sobre contas e pagamentos ligados a apostas
Mensagens inéditas divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (20), apontam que a mãe do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, teria conhecimento e participação indireta no esquema de apostas que levou o jogador a ser indiciado pela Polícia Federal (PF). O conteúdo foi obtido a partir da análise do celular de Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do atleta, e reforça a suspeita de manipulação de resultado esportivo em troca de benefícios em casas de apostas.
Bruno Henrique foi indiciado pela PF na última semana pelos crimes de estelionato e fraude em competição esportiva, junto a outras 10 pessoas. O inquérito indica que o jogador teria forçado a aplicação de um cartão amarelo durante uma partida, favorecendo apostas feitas por pessoas próximas.
Segundo a investigação, os dados extraídos do celular do irmão do atleta mostram conversas com a mãe, nas quais Wander relata dificuldade em abrir novas contas para realizar apostas e troca dados de terceiros para realizar cadastros.
Wander contou à mãe que estava com dificuldades para seguir apostando com sua própria conta, pois uma das operadoras havia bloqueado a opção de aposta em cartão amarelo para Bruno Henrique, por motivos de segurança. Diante disso, a mãe chegou a perguntar: “Será que há a possibilidade de abrir de novo?“.
Na conversa, os dois compartilharam dados como CPFs, e-mails e datas de nascimento de terceiros, que poderiam ser usados para criar novas contas. Wander também enviou diversos boletos de sites de apostas e pediu que a mãe realizasse os pagamentos.
Conversas com o pai do jogador também aparecem entre os materiais obtidos. Até o momento, os pais de Bruno Henrique não foram indiciados, mas a investigação segue em curso. O Ministério Público do Distrito Federal deverá decidir em breve se apresentará ou não denúncia formal à Justiça contra Bruno Henrique.
Neste domingo, a defesa do jogador se pronunciou pela primeira vez desde o indiciamento. Em nota enviada ao portal Metrópoles, os advogados do atleta afirmaram que há uma “distorção” na interpretação e divulgação de mensagens.
“Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades. As distorções que estão sendo causadas pela interpretação e divulgação indevida de mensagens privadas, fora de contexto, serão esclarecidas no curso do processo”, destacou.
A defesa também destacou que o jogador é “conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte” e que “nunca esteve envolvido em esquemas de apostas”.