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Bruno Henrique é indiciado pela Polícia Federal por suposta manipulação no Brasileirão

  • Última modificação do post:15 de abril de 2025
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Atacante teria forçado cartão amarelo para beneficiar apostadores, incluindo familiares; clube pede respeito ao processo legal

A Polícia Federal concluiu o indiciamento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, sob suspeita de envolvimento em manipulação de resultado esportivo e estelionato. O caso diz respeito à advertência com cartão amarelo recebida pelo jogador na partida contra o Santos, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, em Brasília.

De acordo com o relatório policial, o lance teria sido premeditado para favorecer apostadores, entre eles familiares do atleta. A PF aponta que Wander Nunes Pinto Júnior, irmão de Bruno Henrique, além da esposa de Wander e uma prima do jogador, constam entre os que apostaram especificamente na aplicação do cartão.

O indiciamento também alcança um grupo de amigos do irmão do atacante, todos citados como participantes de um esquema coordenado para lucrar com apostas concentradas em um evento muito específico da partida: a punição disciplinar de Bruno Henrique.

Apostas suspeitas

O episódio levantou suspeitas entre operadores de apostas, que notificaram as autoridades após perceberem concentração atípica de apostas. Em pelo menos três casas de apostas, mais de 90% das apostas em cartões estavam direcionadas ao nome do atacante.

Segundo o relatório, nove apostas no valor máximo permitido foram registradas em apenas três horas. A movimentação motivou a abertura da investigação em agosto de 2024.

Durante operação de busca e apreensão realizada em novembro, a PF coletou mensagens trocadas entre Bruno Henrique e seu irmão. Em um dos trechos, Wander questiona quando o jogador receberia o terceiro cartão — ao que Bruno responde: “Contra o Santos”.

Na ocasião, Bruno Henrique entrou em campo já pendurado. Foi advertido nos acréscimos da partida após falta em Soteldo, e, ao reclamar, acabou expulso.

Fraude esportiva

Bruno Henrique e seu irmão foram enquadrados no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes esportivas, com pena de 2 a 6 anos de reclusão, além do crime de estelionato, cuja pena varia entre 1 e 5 anos. Os demais envolvidos foram indiciados por estelionato.

Posicionamentos

O Flamengo, em nota oficial, declarou que não foi formalmente notificado pelas autoridades, mas defendeu o respeito ao processo legal:

“O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa”, disse o texto.

A assessoria de Bruno Henrique informou que, por ora, o atleta não irá se pronunciar sobre o caso.

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