Objetivo era verificar se o influenciador joga com conta real ou utiliza uma ‘conta demo’
Durante a audiência da CPI das Bets nesta quarta-feira (14), o influenciador digital Rico Melquíades foi convidado a demonstrar, ao vivo, como funciona o “Jogo do Tigrinho”, aplicativo que costuma divulgar nas redes sociais. A iniciativa partiu da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da comissão, e teve como objetivo verificar se o influenciador joga com conta real ou utiliza uma “conta demo”, que simula apostas sem movimentação financeira.
Em uma das apostas, Rico usou seu próprio celular para exibir uma sequência de lances no jogo e registrou um ganho de R$ 88 após apostar R$ 32 em poucos minutos. “O tigrinho soltou a carta”, comentou, citando uma expressão conhecida para retornos financeiros em jogos online.
No entanto, em outro momento da sessão, o resultado foi negativo. “Eu tenho R$ 1.000,00, se eu apertar aqui eu já vou fazer uma jogada. R$ 4, quando eu aperto, olha, to jogando. Eu coloquei R$ 4,00 e ganhei R$ 12,00, no caso eu perdi, R$ 1,60, então aqui eu já to perdendo, aqui eu não ganhei, eu perdi, joguei e perdi”, explicou aos senadores.
Apesar do apelido popular, o chamado “Jogo do Tigrinho” é, na verdade, o slot game Fortune Tiger, desenvolvido pela empresa PG Soft (Pocket Games Soft). O jogo faz parte do catálogo de jogos regulamentados pelo Ministério da Fazenda e, para operar legalmente no Brasil, precisa apresentar testes de laboratórios independentes que atestem a aleatoriedade e integridade dos resultados.
Rico Melquíades é investigado pela Operação Game Over, da Polícia Civil de Alagoas, que apura a promoção de jogos de azar sem autorização oficial. O influenciador, vencedor de “A Fazenda 13”, afirmou à CPI que joga frequentemente e que possui contrato publicitário com a casa de apostas Zeroum, que opera por meio de decisão judicial. “Jogo para me divertir e aliviar a minha ansiedade, assim como faço uso do cigarro”, declarou.
A CPI das Bets segue apurando o envolvimento de influenciadores digitais na divulgação de plataformas de apostas, especialmente em casos que envolvem possível indução de públicos vulneráveis ou funcionamento fora das regras impostas pelo governo.