Último dia contou com participação de players do mercado brasileiro
O terceiro dia do SBC Summit Lisboa foi marcado por discussões importantes sobre equidade de gênero e regulamentação do mercado de apostas, com destaque para a Women Empowerment Initiative (WE) e os painéis sobre os desafios regulatórios no Brasil, Portugal e Espanha.
No palco principal da MEO Arena, a SBC apresentou a iniciativa WE, que busca conectar, educar e empoderar mulheres nos setores de apostas esportivas e iGaming. O projeto contou com o apoio de organizações como AMIG, Global Gaming Women, All in Diversity e Women in Gaming, destacando o compromisso em promover a igualdade de gênero na indústria.
Entre as palestrantes da iniciativa WE, Bethan Lloyd, líder europeia da Global Gaming Women, e Ivonne Montealegre, fundadora da Women in Gaming, Malta, ressaltaram a necessidade de criar mais oportunidades para mulheres no setor. “A WE é uma plataforma para capacitação, criando uma rede de líderes fortes e inspiradas para fazer a diferença”, afirmou Montealegre.
Outras vozes importantes como Kelly Kehn, cofundadora da All in Diversity, e Lois Bright, fundadora da Women in Gaming, África, também participaram do painel, abordando os desafios e avanços que as mulheres enfrentam na indústria global de jogos e apostas.
Além da discussão sobre empoderamento feminino, os debates sobre regulamentação foram igualmente importantes. Na Global Leadership Conference Room, o painel “Navegando na Gestão Empresarial no Brasil: Realidades pré e pós-regulação” discutiu as transformações que o mercado brasileiro de apostas enfrenta com o novo marco regulatório, que exige que os operadores se adaptem até 31 de dezembro de 2024.
André Gelfi, presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, e Ricardo Feijó, diretor jurídico da PayBrokers, abordaram as perspectivas e desafios para empresas do setor. O CEO da Oddsgate, Tiago Almeida, destacou a importância de uma regulamentação clara que favoreça a competitividade e a inovação. O advogado
Filipe Rodrigues, moderador do painel, chamou a atenção para a necessidade de estratégias sólidas para enfrentar as complexidades desse novo cenário.
O debate apontou a necessidade de investimentos em educação, pesquisa e jogo responsável para a expansão e consolidação do setor, para uma boa relação com a sociedade e impedir uma regulação mais intervencionista.
“O debate apontou a necessidade de investimentos em educação, pesquisa e jogo responsável para a expansão e consolidação do setor, para uma boa relação com a sociedade e impedir uma regulação mais intervencionista”, disse.
Outro painel relevante foi o que tratou dos desafios regulatórios em Portugal, Brasil e Espanha. Com o mercado português prestes a completar uma década de regulamentação, o debate girou em torno de questões sobre a eficácia dos modelos regulatórios existentes e as preocupações com a proteção dos jogadores.
O ex-assessor do Ministério da Fazenda do Brasil, José Francisco Manssur, e Simone Vicentini, ex-secretária adjunto de Prêmios e Apostas, compartilharam experiências sobre os avanços no Brasil.
“O SBC é um evento mundial que reúne a indústria em palestras e exposições. Pela primeira vez o Brasil figura como uma indústria regulada e, como já aconteceu em eventos anteriores, como protagonista diante do tamanho do seu mercado consumidor”, afirmou.
Brasil na mira
O mercado brasileiro foi tema de diversos debates no evento. Para Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co, e especialista no mercado de gambling, indústria, varejo e serviços, e com passagens como CMO em bets como Betboo, Bodog e galera.bet, o Brasil já é visto pelos outros países como uma potência do setor.
“Talvez seja o maior evento dedicado ao setor de gaming atualmente. A presença é crucial para profissionais do mercado brasileiro de apostas, pois está em fase de regulamentação, e isso permite conexão com líderes globais, insights valiosos e networking, acelerando a adaptação ao cenário regulatório e competitivo brasileiro. Ele oferece uma imersão completa em áreas como apostas esportivas, iGaming e pagamentos, risco, além de focar em inovação, colaboração e tendências”, apontou.
Já Marcos Sabiá, CEO do galera.bet, a partir de 2025 o país estará na “vanguarda do mercado”.
“Vivemos um cenário complexo no Brasil de longo lapso temporal desde a legalização ocorrida em 2018 e a regulamentação do setor somente agora. Apesar dos efeitos negativos, esse atraso deu ao Brasil a oportunidade de verificar as diversas regulamentações ao redor do mundo e com as lições aprendidas, ter uma regulamentação a partir de janeiro de 2025 que colocará o Brasil na vanguarda deste mercado, fazendo jus ao tamanho e relevância do mercado de apostas do país, que também mostra sua força através dos impostos que serão gerados, geração de novos empregos, com mão-de-obra qualificada e tecnologia para outras nações. Neste evento é possível enxergar o quanto os executivos de indústrias olham a regulamentação no Brasil como um divisor de águas para o setor”, analisou.
Outro executivo brasileiro presente no evento foi Ricardo Magri, especialista em desenvolvimento de negócios iGaming e diretor executivo (CEO) da EBAC, Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo. A companhia dispõe do programa COMPULSAFE, um selo que apresenta soluções para o processo da regulamentação junto às casas de aposta.
“Apesar de acontecer na Europa, é um evento universal, e foi gratificante ver tantas empresas brasileiras conquistando prêmios globais, que comprova a relevância do mercado brasileiro. Foram três dias de muitas reuniões e de uma recepção muito positiva do tema, na iminência da regulamentação no país, e com uma consciência muito importante para o Jogo Responsável. Fomos procurados por vários players internacionais com a intenção de fazer parceria com a EBAC, reconhecendo nela um player relevante neste tipo de atividade no Brasil”,concluiu.