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Painel 6 do MIS 2025 destaca o papel das associações e institutos na coordenação do setor de iGaming

  • Última modificação do post:13 de junho de 2025
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Encontro reforçou a necessidade de cooperação interinstitucional para desmistificar preconceito contra o setor

A tarde de sexta-feira (13) no Mercosul iGaming Summit (MIS 2025), em Gramado (RS), foi marcada por reflexões sobre a organização do setor de apostas no Brasil. No Painel 6, especialistas e representantes de entidades discutiram “O papel das associações e institutos na Indústria iGaming: unindo forças e coordenando atuação. Existe esperança? Com a palavra, as associações e os institutos”. O debate reuniu Ana Clara Barros (AIGAMING), Plínio Augusto Lemos Jorge (ANJL), Fernanda Batistella (IBDJ), Filipe Rodrigues (Jogo Positivo) e Camilo Roma de Brito, presidente da Associação Nacional de Loterias Municipais e Estaduais (ANALOME).

Para Ana Clara Barros, o problema não está na multiplicidade de entidades, mas na ausência de um modelo de diálogo funcional entre elas.

“Eu não acredito no sistema de uma única associação. Ainda que tenhamos matérias convergentes, sempre haverá propósitos individuais. Os setores que se organizaram com sucesso não o fizeram por meio de uma única associação, mas através da coordenação entre as que já existiam. Precisamos falar de felicidade comum, não de despotismo institucional”, afirmou.

Para Fernanda Batistella, a união entre as associações deixou de ser opcional. “É inacreditável que um setor tão próspero como o nosso, mesmo jovem, ainda não consiga uma composição mínima para lutar pelos seus interesses. Se a gente não sabe fazer, precisamos contratar quem saiba. Uma assessoria que diga onde estamos falhando e nos ajude a caminhar para o mesmo lado”, disse.

Segundo Plínio Lemos, há conversas constantes entre lideranças, mas a percepção externa ainda é de desunião. “Ontem anunciamos uma parceria que há seis meses seria impossível: ANJL e IBJR. Para fora parecia que não nos falávamos, mas isso não era verdade. Está na hora de colocar isso em prática e mostrar que há unidade de propósitos.”

Ele também destacou conquistas recentes, como a criação da ANJR — Associação Nacional de Jogo Responsável — que será dividida em frentes técnica e política. “Estamos organizando repasses para clubes e projetos sociais. Também vamos começar a divulgar nossas ações com mais intensidade. O setor precisa mostrar à sociedade que tem responsabilidade com as comunidades com as quais se relaciona.”

Camilo reforçou o argumento ao lembrar que há pontos em que todas as entidades convergem, especialmente no combate ao jogo ilegal. “Só teremos um mercado forte se tirarmos o jogo ilegal da equação. Isso não depende só de nós, mas também dos meios de pagamento, que são o coração do combate. Precisamos trazê-los para dentro do debate”, disse.

Filipe Rodrigues evocou a história para propor uma visão de longo prazo. Ele citou a Liga Hanseática, que uniu cidades com interesses comerciais conflitantes na Europa medieval. “Essas cidades não se amavam, guerreavam entre si, mas encontraram um ponto comum. Podemos fazer o mesmo com nossas associações, mesmo que tenhamos propósitos distintos.”

Filipe também apontou uma lacuna na percepção pública sobre o setor. “O brasileiro ainda não enxerga o jogo como entretenimento. Essa precisa ser uma missão de comunicação da indústria. Precisamos contar boas histórias, mostrar o impacto positivo que o setor pode ter, e, por que não, usar nossos influenciadores para educar e promover o jogo responsável”, questionou.

A discussão terminou com um consenso: não se trata de buscar uma associação única, mas de consolidar uma atuação coordenada e estratégica, capaz de dialogar com o poder público, com a sociedade e com os próprios agentes do setor. Como destacou Plínio, “não é sobre unanimidade, é sobre unidade de desígnios”.

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