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Influenciadores de finanças são recorde em 2024, mas engajam menos que bets, diz Anbima

  • Última modificação do post:4 de junho de 2025
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Dados são da 8ª edição da pesquisa ‘Finfluencers — Quem fala de investimentos nas redes sociais’

O número de influenciadores de finanças nas redes sociais alcançou um novo recorde no segundo semestre de 2024, segundo a 8ª edição da pesquisa “Finfluencers — Quem fala de investimentos nas redes sociais”, realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Ibpad (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados). O estudo revela, no entanto, que apesar do crescimento acelerado, temas como apostas online (bets) geraram mais engajamento nas redes do que investimentos em ações.

De acordo com o levantamento, 741 perfis ativos falaram sobre investimentos e economia nas redes no segundo semestre de 2024, um aumento de 30% em relação ao semestre anterior e um salto de quase 180% em relação à primeira edição do estudo, realizada em 2021, quando havia apenas 266 perfis mapeados.

“O mercado parecia ter se estabilizado, mas essa edição mostrou que ainda há espaço — e demanda — para novos produtores de conteúdo sobre investimentos. E não é apenas o mercado que está aberto a receber, tem público para consumir”, explicou ao UOL Amanda Brum, diretora de marketing da Anbima.

Finfluencers crescem

O público que acompanha os finfluencers também cresceu de forma expressiva. O número de seguidores chegou a 263,5 milhões no primeiro semestre de 2024, um crescimento de 256% comparado à primeira edição da pesquisa, que registrava 74 milhões. É importante ressaltar que este número representa a soma de seguidores nas principais plataformas — Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e YouTube — e não pessoas únicas, já que um mesmo usuário pode seguir o mesmo influenciador em múltiplas redes.

Esse crescimento acompanha o cenário econômico recente. A alta da taxa básica de juros a partir de setembro de 2023, combinada com a instabilidade dos mercados e as incertezas fiscais e políticas, levou muitos brasileiros a procurar formas de proteger e valorizar seu dinheiro. Os influenciadores se adaptaram à nova realidade: dos 741 perfis ativos, 718 abordaram produtos financeiros, um crescimento de 30% em relação à primeira metade de 2024. As menções aumentaram 13,6% e o engajamento nas publicações subiu 30%.

Apesar disso, as “bets” superaram os conteúdos sobre ações em engajamento. Embora o mercado de ações tenha sido o tema mais mencionado, com 78,8 mil menções, as apostas online, mesmo com apenas 489 menções, mobilizaram mais reações do público. A explicação está na abordagem crítica dos influenciadores e na natureza polêmica do tema.

“Apostas não são tratadas como investimento pelos influenciadores financeiros que acompanhamos. Eles falam sobre isso com um tom neutro, explicando que é entretenimento, ou com um viés crítico, o que tende a gerar mais engajamento, porque as redes sociais vivem de polêmica. Quando deixam claro que aposta não é investimento, estão prestando um serviço de educação financeira”, afirma Amanda Brum.

Das 489 menções sobre bets, 164 explicam as novas regras do setor, 62 alertam sobre os riscos financeiros envolvidos e 137 fazem críticas relativas à regulamentação, riscos e tributação.

Temas mais abordados

Além das apostas, os assuntos mais citados nas redes pelos influenciadores foram:

  • Ações: 78,8 mil menções

  • Criptomoedas: 59 mil

  • Câmbio: 34,5 mil

  • FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário): 16,8 mil

  • Renda fixa: 9,2 mil

  • Commodities: 7,8 mil

Regras mais rígidas

Apesar da visibilidade das apostas online, os finfluencers não costumam firmar parcerias com empresas do setor, conforme aponta a Anbima. Embora a contratação de influenciadores seja uma das estratégias principais de marketing das casas de apostas no Brasil, esse tipo de publicidade não faz parte da conduta dos influenciadores de finanças.

A atividade desses produtores de conteúdo também está sob maior fiscalização. O projeto de lei 2.985/2023, que busca proibir a participação de atletas, artistas e influenciadores em propagandas de casas de apostas, foi aprovado no Senado em 28 de maio e aguarda análise na Câmara dos Deputados.

No campo autorregulatório, desde 2023 a Anbima passou a fiscalizar as empresas do mercado financeiro que contratam influenciadores, garantindo que as campanhas sejam claras, éticas e não prometam retornos fáceis ou abusivos. Um ranking de influenciadores que descumprem as normas está em elaboração e esses perfis não aparecem entre os mais relevantes do setor.

Finfluencers mais relevantes de 2024

Pessoas físicas:

  • Economista Sincero

  • Bruno Perini – Você MAIS Rico

  • Thiago Guitián Reis

  • Nathália Arcuri

  • Investidor Sardinha

  • O Primo Rico

  • Thiago Godoy

  • Renato Breia

  • Primo Pobre

  • Gustavo Cerbasi

Organizações:

  • InfoMoney

  • Valor Econômico

  • IstoÉ Dinheiro

  • Money Times

  • Brazil Journal

  • Criptofácil

  • Bloomberg Línea Brasil

  • Suno Research

  • Banco Central do Brasil

  • Portal do Bitcoin

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