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Crescimento do varejo em outubro e boa expectativa para fim do ano desmonta narrativa de impacto das bets no consumo

  • Última modificação do post:14 de outubro de 2025
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Segundo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), faturamento do setor cresceu 6,7% entre os dias 6 e 12 de outubro, ante 2024

Em um mês tradicionalmente marcado por forte apelo emocional nas compras, o varejo brasileiro mostrou vigor e desempenho acima das projeções. A semana do Dia das Crianças trouxe resultados que sinalizam confiança do consumidor e boas perspectivas para o fim do ano — um cenário que contrasta com a tese de que as apostas online estariam reduzindo o poder de compra das famílias.

De acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), o faturamento nominal do setor cresceu 6,7% entre os dias 6 e 12 de outubro, em comparação com o mesmo período de 2024. O avanço foi registrado tanto no varejo físico, com alta de 6,0%, quanto no e-commerce, que apresentou crescimento ainda maior, de 9,7%.

Os dados mostram que, mesmo em um ambiente de cautela econômica, o consumo segue aquecido em datas comemorativas. O comportamento de compra reforça a importância das experiências e da conveniência, com o consumidor priorizando lazer, turismo e produtos infantis, mas sem abandonar outros segmentos do comércio.

Setores em destaque

Entre os setores mais ligados à data, Turismo e Transporte liderou o crescimento, com alta de 11,8%, impulsionado pelo aumento das viagens em família — mesmo sem feriado prolongado. Em seguida aparecem Recreação e Lazer (6,0%), Vestuário (3,7%), Lojas de Brinquedos (2,7%) e Livrarias e Papelarias (2,0%), reforçando o papel emocional e educativo da celebração.

As lojas de rua tiveram desempenho superior às lojas de shopping, com avanços de 7,3% e 1,5%, respectivamente. A tendência indica a força do comércio de vizinhança e a busca por praticidade e preços competitivos. Enquanto os setores “presenteáveis” cresceram 4,6%, os demais avançaram 7,1%, mostrando que o bom desempenho se espalhou por diferentes áreas.

Desempenho regional

Todas as regiões do país registraram crescimento, com destaque para o Sul (+8,8%), impulsionado pelo Rio Grande do Sul (+10,8%). As demais regiões também apresentaram resultados positivos: Nordeste (+6,8%), Centro-Oeste (+6,4%), Norte (+5,8%) e Sudeste (+4,9%).

Expectativa para o quarto trimestre

Para Carlos Alves, vice-presidente de Negócios da Cielo, o desempenho da data é um indicativo de que o varejo entra no último trimestre de 2025 em trajetória de recuperação e otimismo.

“O Dia das Crianças reforçou sua importância no varejo nacional, registrando crescimento tanto no e-commerce quanto nas lojas de rua. O consumidor buscou experiências, qualidade e praticidade, impulsionando setores como turismo, lazer e brinquedos. O desempenho positivo sinaliza um último trimestre promissor para o varejo, antecipando tendências para Black Friday e Natal”, afirmou.

O avanço das vendas em outubro representa um sinal de confiança para o comércio, que se prepara para o ciclo mais intenso de consumo do ano. A análise da Cielo aponta que o crescimento recente reflete a combinação entre retomada da renda, fortalecimento do e-commerce e calendário promocional favorável.

Metodologia e indicadores

O ICVA, desenvolvido pela área de Business Analytics da Cielo, acompanha mensalmente o desempenho do varejo nacional em 18 setores, de pequenos lojistas a grandes redes. O indicador utiliza modelos estatísticos para isolar fatores externos como variação de market share, substituição de meios de pagamento e o impacto do Pix, oferecendo uma fotografia precisa da dinâmica de consumo.

Entre os principais componentes do índice estão:

  • ICVA Nominal: mede o crescimento nominal das vendas.

  • ICVA Deflacionado: desconta a inflação (IPCA ajustado ao mix setorial).

  • ICVA com ajuste de calendário: corrige distorções sazonais.

  • ICVA E-commerce: reflete o desempenho do varejo online.

Confiança

O resultado do ICVA mostra que o consumo das famílias brasileiras continua resiliente, com tendência de expansão até o fim do ano. Além de reforçar a força das datas sazonais, os números indicam que o público está diversificando seus gastos entre bens, serviços e entretenimento — o que inclui apostas esportivas, turismo, lazer e compras digitais.

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