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Polícia Civil do RJ faz operação contra Bia Miranda e outros 12 influenciadores por promoção de apostas ilegais e lavagem de dinheiro

  • Última modificação do post:7 de agosto de 2025
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Alvos, que incluem Bia Miranda, teriam realizado movimentações suspeitas que somariam mais de R$ 4 bilhões

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quinta-feira (7) a Operação Desfortuna, com o objetivo de desarticular um esquema de promoção ilegal de jogos de azar online, envolvendo influenciadores digitais, indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ente os alvos estavam a neta de Grecthen, Bia Miranda e outros 12 pessoas, que juntos teriam movimentado cerca de R$ 4 bilhões. Um dos investigados foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.

As diligências foram realizadas simultaneamente no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais. Além de Bia Miranda, também foram alvos a mãe e também ex-Fazenda, Jenny Miranda, além de MauMau, Lorrany, Luiza, Micaell Santos, Nayala Duarte, Paola, Paulina Attaide, Rafael Buarque, Tailane Garcia, Tailon e Vanessa.

Os agentes prenderam Maumau em flagrante após encontrarem uma arma de fogo na residência do influenciador, em São Paulo.  A página tentou contato com a defesa dos alvos, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

A ação foi conduzida por agentes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), com apoio do Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD). Os policiais cumpriram 31 mandados de busca e apreensão contra, no total, 15 alvos. Quase a maioria era composta por inffluenciadores que, juntos somam mais de 35 milhões de seguidores.

De acordo com o delegado Renan Mello, “Eles estavam usando as suas redes, com seus milhões de seguidores, para promover jogos de azar e cassinos online”, afirmou.

Ganhos rápidos

Segundo os investigadores, os conteúdos publicados pelos influenciadores nas redes sociais apresentavam promessas enganosas de ganhos fáceis e rápidos, com o objetivo de atrair seguidores para essas plataformas ilegais.

Durante a apuração, foram identificados sinais claros de enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos influenciadores. Nas redes sociais, os investigados ostentavam viagens internacionais, veículos de luxo e imóveis de alto padrão. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontaram movimentações bancárias suspeitas que, somadas, ultrapassam a marca de R$ 4 bilhões.

Além da promoção de jogos ilegais, a Polícia Civil apura a existência de uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A estrutura teria sido usada para dissimular a origem ilícita dos recursos, configurando crime de lavagem de dinheiro.

As investigações também revelaram conexões entre alguns dos influenciadores investigados e pessoas com antecedentes ligados ao crime organizado, o que elevou o grau de complexidade da operação e reforçou a suspeita de um esquema maior de atuação criminosa.

O que são apostas ilegais?

Apostas ilegais são aquelas que operam fora do marco regulatório definido pelo governo brasileiro. De acordo com a Lei nº 14.790/2023, sancionada em dezembro, apenas empresas devidamente autorizadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, podem explorar a modalidade de apostas de quota fixa — categoria que inclui as chamadas bets online, como apostas esportivas e jogos virtuais. Isso significa que qualquer site, plataforma ou agente que ofereça apostas sem licença oficial está atuando de forma clandestina e, portanto, ilegal.

Além de infringirem a legislação, essas plataformas não oferecem garantias mínimas de segurança para os apostadores e operam sem qualquer fiscalização, o que as torna terreno fértil para crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa. A Lei 14.790 também determina exigências rigorosas de compliance, KYC (conheça seu cliente), canais de atendimento ao consumidor e pagamento de tributos. Promover ou operar jogos de azar fora desses critérios configura crime e pode implicar tanto os operadores quanto influenciadores e demais agentes envolvidos na divulgação.

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