Shayne Coplan transformou a Polymarket em um império de US$ 9 bi e entrou para clube dos bilionários ‘self-made’
O fundador do Polymarket é o mais jovem dos EUA a ficar bilionário sem herdar fortuna. Shayne Coplan, de 27 anos, alcançou o status de bilionário “self-made” após sua plataforma de previsões ser avaliada em US$ 9 bilhões. O salto veio depois de um investimento de US$ 2 bilhões da Intercontinental Exchange (ICE) — grupo controlador da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
A ascensão meteórica coloca Coplan ao lado de figuras como Changpeng “CZ” Zhao (Binance), Michael Saylor (MicroStrategy) e Brian Armstrong (Coinbase), consolidando-o como uma das personalidades mais jovens e influentes do universo cripto.
Da falência ao topo
Antes de alcançar o sucesso, Coplan vivia uma realidade oposta. Em 2019, após abandonar a Universidade de Nova York, ele chegou a vender seus pertences para pagar o aluguel. Inspirado nas ideias do economista Robin Hanson, decidiu criar um mercado de previsões capaz de “melhorar a capacidade da sociedade de antecipar resultados prováveis”.
A pandemia de 2020 foi o ponto de virada. Trancado em casa, ele começou a desenvolver a Polymarket a partir do banheiro de seu apartamento, usando apenas um MacBook apoiado em um cesto de roupas.
Lançada em junho daquele ano, a plataforma rapidamente se popularizou entre usuários interessados em apostar em resultados de eventos do mundo real, como eleições, decisões do Federal Reserve e até premiações internacionais.
“Os últimos dois anos foram surreais. Passar de um projeto desacreditado para criar uma nova categoria e ver nossa visão se tornar realidade”, escreveu Coplan em uma publicação no X (antigo Twitter). “Ideias ousadas estão por toda parte — só é preciso alguém louco o bastante para dedicá-las a torná-las reais“.
Markets on everything.
We’re proud to announce that $ICE, the owner of @NYSE and the largest exchange company in the world, is making a strategic investment of $2 billion into Polymarket, valuing us at $9 billion post-money.
Our partnership with ICE marks a major step in… pic.twitter.com/oShaglRx9p
— Shayne Coplan 🦅 (@shayne_coplan) October 7, 2025
Turbulências
O sucesso inicial da Polymarket não veio sem turbulências. Em 2022, a empresa foi multada em US$ 1,4 milhão pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC) por operar sem registro adequado. A punição levou à proibição de usuários dos EUA por um período, até que a startup regularizasse sua situação.
O momento mais tenso veio logo após a eleição presidencial de 2024, quando agentes do FBI invadiram o apartamento de Coplan e confiscaram equipamentos eletrônicos, em meio a suspeitas de novas violações regulatórias. A Polymarket classificou a ação como “retribuição política óbvia”.
Apesar das adversidades, a empresa se reergueu e, em julho de 2025, adquiriu a bolsa licenciada pela CFTC, a QCEX, por US$ 112 milhões, garantindo sua operação legal nos Estados Unidos.
Investimento bilionário
A virada definitiva veio com a Intercontinental Exchange (ICE), grupo que controla a NYSE, anunciando um investimento de US$ 2 bilhões na Polymarket, elevando sua avaliação para US$ 9 bilhões. O aporte transformou Coplan no bilionário mais jovem dos EUA sem herdar fortuna, segundo o Bloomberg Billionaires Index.
O acordo também fortaleceu os laços da Polymarket com Washington. O CEO da ICE, Jeffrey Sprecher, é casado com Kelly Loeffler, ex-senadora e integrante do gabinete de Donald Trump, ampliando a influência política e institucional da empresa.
Império
Hoje, a Polymarket é uma das plataformas mais populares do mundo em mercados de previsão, movimentando US$ 18,1 bilhões e atraindo mais de 1,3 milhão de usuários únicos, segundo dados da Dune. Usuários podem apostar em resultados de eventos esportivos, econômicos e políticos, o que consolidou a empresa como um híbrido entre bolsa de previsões e plataforma de apostas.
Entre os investidores que impulsionaram o crescimento da startup estão Peter Thiel, Vitalik Buterin (criador do Ethereum), a Blockchain Capital e a 1789 Capital, ligada a Donald Trump Jr., que atua como consultor estratégico.