Para advogado, tecnologia já é crucial para otimizar odds, personalizar experiências, reforçar compliance e combater mercado ilegal
A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas promessa para se tornar ferramenta essencial ao futuro das apostas esportivas e do iGaming. Para o advogado Filipe Rodrigues, fundador do Instituto de Gestão Esportiva (IGE), a tecnologia já é determinante para otimizar odds, personalizar experiências de usuários, reforçar compliance e combater o mercado ilegal, passando a compor o núcleo das operações do setor.
No SBC Summit Lisboa 2025, Filipe destacou em conversas com executivos das principais empresas de apostas globais que a IA já é o tema mais atual do setor e o foco de investimentos estratégicos. Segundo ele, a tecnologia é cada vez mais vista como essencial para otimizar operações, aumentar a segurança e melhorar a experiência dos apostadores.
“Conversei com líderes de grandes companhias e todos concordam que dominar a inteligência artificial não é mais opcional. Ela é central para manter competitividade e eficiência no iGaming”, afirmou.
Dados recentes reforçam essa perspectiva. Segundo levantamento da Playtech, 76% dos brasileiros acreditam que a IA deve ser utilizada para proteger apostadores em risco, identificando comportamentos suspeitos antes que eles resultem em problemas graves. Já uma pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com a consultoria LCA mostrou que o mercado ilegal ainda representa entre 41% e 51% das apostas feitas no Brasil, o que equivale a perdas anuais de arrecadação próximas a R$ 10,8 bilhões.
“Esses números mostram que precisamos de tecnologia aplicada para garantir integridade, segurança e eficiência. A inteligência artificial certamente será a chave para enfrentar fraudes, identificar padrões de risco e fortalecer o jogo responsável”, avaliou.
Ele destaca que a IA permitirá que operadores ajustem odds em tempo real com base em dados ao vivo, reforcem sistemas antifraude com maior precisão e otimizem a retenção de clientes por meio de recomendações personalizadas. Tudo isso sem abrir mão da segurança ou do cumprimento de normas regulatórias.
Como parte desse movimento, o Instituto de Gestão Esportiva anunciou o lançamento do curso Inteligência Artificial para Negócios no Mercado de Bets, com início em 10 de outubro de 2025, via Sympla Streaming. Estruturado em módulos que vão da automação operacional às inovações emergentes, o programa foi desenhado para formar gestores preparados para liderar operações no cenário de transformação digital que se impõe.
“É fundamental que tenhamos profissionais capacitados para lidar com essa revolução. O setor de apostas precisa de pessoas que entendam de compliance, que saibam usar dados de forma estratégica e que consigam aplicar a IA de maneira responsável. Sem isso, as empresas correm o risco de perder eficiência, reputação e espaço competitivo”, completou o fundador do IGE.
Para Rodrigues, a adoção da IA deixará de ser um diferencial e passará a ser condição de sobrevivência. “No iGaming, quem não investir em inteligência artificial ficará para trás. Trata-se de uma tecnologia que vai muito além da automação: ela será o alicerce de um mercado mais sustentável, competitivo e transparente”, concluiu.