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Senador chama aprovação de PL dos cassinos de ‘desumana’

  • Última modificação do post:20 de junho de 2025
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Eduardo Girão criticou legalização de bingos e jogo do bicho 

O projeto de lei dos cassinos voltou ao centro do debate no Senado nesta quarta-feira (18), com críticas contundentes do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que classificou como “desumana” a tentativa de aprovação do PL 2.234/2022. A proposta busca autorizar o funcionamento de bingos, cassinos e legalizar outras modalidades de jogos de azar no Brasil, como o jogo do bicho. Segundo o parlamentar, avançar com esse tipo de legislação após os impactos negativos provocados pelas bets esportivas representa um retrocesso social e moral.

“A gente está vendo o estrago que está acontecendo com as bets. Você imagina com bingo e com cassino. O projeto prevê quase mil bingos e mais de sessenta cassinos no Brasil. Vai ampliar ainda mais o alcance do problema”, alertou o senador, referindo-se à faixa etária afetada, que hoje já vai “até os 50 anos” com as apostas online, e que pode se expandir para idosos com os novos jogos legalizados.

Girão também mencionou a criação da CPMI do INSS, destacando o sofrimento de pessoas da terceira idade envolvidas em fraudes e endividamento. Para ele, a aprovação do projeto é um agravamento das vulnerabilidades já existentes no país. O parlamentar apontou ainda que os efeitos colaterais da legalização dos jogos de azar não são apenas sociais, mas também econômicos e criminais.

‘Farsa desmontada’

Durante seu pronunciamento, Girão citou estudo da Confederação Nacional do Comércio que revelou um impacto de R$ 103 bilhões desviados do varejo brasileiro para plataformas de apostas apenas em 2024. Ele destacou que o argumento de geração de empregos e fomento ao turismo é, segundo suas palavras, uma “farsa desmontada”.

“Isso não gera emprego, nem turismo. O governo Lula, que diz proteger os mais pobres, pode corrigir o erro das bets não deixando tramitar mais nada de jogo de azar”, afirmou.

O senador cearense foi além e associou os jogos de azar à lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, armas e exploração sexual. Também citou o posicionamento contrário de órgãos como a Polícia Federal, o Coaf, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e entidades religiosas. Para reforçar sua crítica, Girão relembrou escândalos como os investigados pela CPI dos Bingos, de 2004, e mencionou o que classificou como “blindagem a poderosos” nas investigações atuais sobre apostas esportivas.

Apelo ao Senado

No encerramento de sua fala, Girão fez um apelo aos colegas senadores para rejeitarem a proposta que tramita no Congresso Nacional. Ele reforçou que a legalização dos cassinos e demais jogos de azar ampliaria o sofrimento de famílias vulneráveis.

“Votar a favor desse projeto é aceitar como legal um dinheiro manchado pelo sangue de milhares de famílias desestruturadas”, declarou.

*Com informações da Agência Senado

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