Pesquisa revela que 55,2% dos jovens que apostam estão na zona de risco, com adolescentes entre os mais vulneráveis
Uma pesquisa inédita divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou que mais de um terço dos apostadores no Brasil apresenta algum nível de risco ou transtorno relacionado às apostas, sendo os adolescentes o grupo mais suscetível. Os dados fazem parte do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) com financiamento da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad).
A pesquisa, com dados de 2023, abrangeu indivíduos com 14 anos ou mais, residentes em diferentes cidades do país. Pela primeira vez, o estudo incluiu um módulo específico sobre apostas e comportamentos de jogo. As modalidades abordadas foram loterias, sites de apostas online, jogo do bicho, raspadinhas e cassinos.
Entre os jovens que já apostaram, 55,2% estão na zona de risco para o desenvolvimento de transtorno do jogo, também conhecido como ludopatia, uma condição reconhecida como transtorno mental. Segundo os pesquisadores, embora as apostas não envolvam substâncias químicas, o comportamento pode apresentar características comuns às dependências, como perda de controle, tolerância e sintomas de abstinência.
O objetivo do levantamento é mapear padrões de consumo e comportamentos de risco associados tanto ao uso de substâncias quanto a vícios comportamentais no Brasil.
A divulgação dos resultados ocorreu durante o lançamento do novo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, no Ministério da Justiça.