Pedido de arquivamento havia sido feito no dia 25 de novembro
A juíza Andréa Calado da Cruz, da Justiça de Pernambuco, decidiu nesta quarta-feira (4) negar o pedido de arquivamento da investigação envolvendo o cantor Gusttavo Lima no âmbito da Operação Integration. O processo apura suspeitas de lavagem de dinheiro através de jogos ilegais.
O pedido de arquivamento havia sido feito no dia 25 de novembro por cinco promotores do Ministério Público de Pernambuco, que alegaram falta de provas de práticas criminosas por parte do cantor e de outros investigados, como José André da Rocha Neto, dono da VaideBet, e Aislla Rocha. Segundo o texto, não existem “elementos que demonstrem que os valores das operações suspeitas indicadas são provenientes de infração penal”.
A juíza, no entanto, discordou da decisão e argumentou que existem elementos que indicam “movimentações financeiras suspeitas”.
“Essa conclusão não encontra respaldo nos elementos probatórios constantes dos autos, que indicam a existência de movimentações financeiras suspeitas, envolvendo grandes valores e transações realizadas de forma obscura, caracterizando um claro indício de lavagem de dinheiro e outros crimes correlatos”, argumentou.
Além disso, questionou a ação dos promotores por serem “desprovidas de análise cuidadosa das evidências que apontam para a continuidade da apuração dos fatos“.
A decisão também destacou a relação do cantor com os proprietários da VaideBet, além da aquisição de 25% da empresa, conhecida por ligação com casas de apostas ilegais. A magistrada destacou que “tais elementos indicam fortemente a continuidade da prática de lavagem de dinheiro, o que torna imperativo o prosseguimento das investigações, em detrimento do pedido de arquivamento”.
O caso será analisado pelo procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Marcos Carvalho, que está em sua última semana na chefia da promotoria, antes de ser empossado como desembargador do Tribunal de Justiça do estado.
A defesa de Gusttavo Lima, por sua vez, reforçou sua confiança na absolvição do artista. Por meio de nota, afirmaram que “o pedido de arquivamento ainda não foi apreciado de forma definitiva” e que “permanece confiante de que a inocência do artista será devidamente comprovada”.
Os advogados de José e Aislla Rocha também criticaram a decisão judicial, afirmando que “a decisão da juíza vai na contramão do entendimento pelo arquivamento dos promotores que acompanham o caso” e ressaltando a ausência de qualquer indício de crime contra os investigados.