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Compliance e prevenção à lavagem de dinheiro marcam painel sobre meios de pagamento no II Congresso de Loterias Municipais

  • Última modificação do post:11 de junho de 2025
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Especialistas debateram a importância dos mecanismos de prevenção para sustentabilidade da atividade

O terceiro painel do dia, realizado na tarde desta quarta-feira (11) durante o II Congresso Nacional de Loterias Municipais do Brasil, reuniu especialistas para tratar de um tema central à sustentabilidade e credibilidade do setor: os meios de pagamento e os desafios regulatórios no combate a fraudes e crimes financeiros.

Com moderação de Alessandro Lisboa, CEO da IgiExpo, o painel técnico contou com participações de nomes relevantes do setor jurídico e financeiro: o advogado Átila Dalavia, a diretora de atendimento aos apostadores Ana Helena Pamplona, o diretor jurídico da PyxPay LATAM Ângelo Braga, a chefe de regulatório da Playtech Ana Bárbara Costa Teixeira, e o CEO da OnlyUp Instituição de Pagamentos Paulo Pinto.

O foco da discussão foi o papel do compliance na proteção do sistema lotérico municipal, especialmente diante dos riscos de fraudes, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Alessandro Lisboa abriu o painel destacando a urgência do debate diante da expansão do mercado de apostas no Brasil.

“Não existe modelo lotérico viável sem um ecossistema de pagamento robusto, seguro e transparente. Essa é uma agenda prioritária para qualquer gestor público que deseje entrar nesse setor com responsabilidade”, afirmou.

Ângelo Braga destacou a importância do Pix e a eficiência dos mecanismos de lavagem de dinheiro no país.

“A gente tem uma das melhores regulamentações financeiras, eu costumo brincar com o pessoal, porque a gente tem que dizer que a única coisa que o governo brasileiro funciona, quando ele não funciona, é o Banco central, que é riquíssimo em regulações e eu sou meio que fã da regulamentação do Banco Central, do mercado financeiro. E, obviamente, as instituições de pagamento, os bancos, todo mercado financeiro, a gente não só pode ajudar as bets a prevenir a lavagem de dinheiro, tudo como isso já é uma obrigação que nos é imposta em qualquer cenário que você imagine. E, de perto, o que quer que seja, o Brasil já tem regulamentação suficiente para, eu dizer assim, meio que de cadeira, eu opero, a PIX opera, basicamente, no Brasil, Paraguai, Argentina, Estados Unidos. E a melhor regulamentação de prevenção, lavagem de engenheira que a gente enfrenta, é a do Brasil, a dos Estados Unidos”, disse.

Ana Bárbara Costa Teixeira, da Playtech, falou sobre como os mecanismos de compliance podem desmistificar a reputação do setor de iGaming.

“No nosso setor, acho que como o mundo aqui concorda, o nosso problema não é tanto a nossa entidade, mas a nossa reputação. A nossa reputação, ou a má reputação de uma indústria, que sempre tem que ser uma indústria do pecado, não como uma indústria de entretenimento, que é uma pretende mais atualizada. O que a gente está tentando mostrar, é provar para a sociedade que nós somos uma indústria saudável, de entretenimento adulto, capaz de ser praticada com responsabilidade. E temos que comprar, infelizmente, novas e muito importantes tecnologias, que tem a ver com o feito de custo. E como é que a gente avalia o custo e a função do risco? Eu acho que não se deve abrir mão dos controles porque o custo é pequeno, mas o impacto é grande”, avaliou.

Paulo Pinto reforçou a importância de integrar soluções tecnológicas na prevenção de lavagem de dinheiro.

“Por exemplo, hoje nós temos um banco de dados, um arquivo de bilhões de CPFs, que nós conseguimos, já no momento de receber o PIX, identificar que aquele CPF está numa black list, e a gente consegue devolver essa transação, não receber essa transação. E com isso, nós acabamos, do nosso lado, fazendo essa prevenção. Se a gente trabalha no mercado privado e você tem certeza de quem está apostando lá na ponta, quem está se divertindo ali na ponta, você consegue mitigar todos esses riscos. E quando a gente fala de maneira muito específica da loteria municipal, tem também a preocupação que o próprio município precisa ter com relação à sua imagem, com relação aos seus munícipes. Para evitar ou para mitigar qualquer tipo de dano”, disse.

O advogado Átila Dalavia destacou a importância, além de conhecer o cliente, do operador saber a origem do parceiro com o qual trabalha.

“Eu acho muito interessante em relação a todos os argumentos que foram falados aqui, a imagem, que a gente já joga, já vem o pecado. Ah, joga. A gente precisa de se me explicar isso. Além de tudo, eu vejo que Know Your Client (KYC) é importantíssimo, mas a gente está esquecendo Know Your Partner. Principalmente loterias. Quem é o nosso parceiro? Quem é que a gente vai comprar as imagens? Da onde está vindo o dinheiro? Da onde que a gente vai locar que espaço iremos colocar. Então, falta toda essa identificação”, afirmou.

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