Empresas denunciam ‘seletividade’ por parte das certificadoras
A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) solicitou à Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, um adiamento de 30 dias para o início das atividades com certificação, alegando atrasos no processo conduzido pelas certificadoras indicadas pelo governo. O pedido foi protocolado em um ofício enviado na última terça-feira (24), segundo informações da coluna Painel S.A., da Folha de São Paulo.
De acordo com Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL, a situação está prejudicando grandes empresas do setor. “Já estamos cogitando recorrer à Justiça porque não recebemos resposta da Secretaria de Prêmios e Apostas”, afirmou.
A associação também destacou que as certificações exigidas em nível federal, são mais rigorosas em comparação com as regulamentações estaduais, que exigem somente o GLI 19, como os estados de Rio de Janeiro, Paraíba e Paraná. “Vamos perder clientes para Rio de Janeiro, Paraíba e Paraná até que a certificação federal seja concluída“, alertou.
Concorrência
Sem a certificação federal, as bets precisarão remover jogos populares, como Fortune Tiger (Tigrinho) e Aviator, que representam cerca de 30% do faturamento do setor. “Quem quiser jogá-los, vai encontrá-los nas bets estaduais, mas não na plataforma federal”, destacou o presidente da ANJL.
Plínio Jorge fala em ‘seletividade’ ou ‘inércia’. “Diversas casas de apostas procuraram a associação reclamando de “inércia ou seletividade” das empresas certificadoras, que têm respondido que não possuem data para certificar a referida integração”, disse.
Investimentos e receita em jogo
Estima-se que o setor movimente R$ 1,5 bilhão por mês nessa fase inicial, com um potencial acumulado de R$ 3 bilhões em apenas dois meses. “Não é só dinheiro. Fizemos o maior investimento para atrair os apostadores, que vão abrir uma conta nas bets estaduais e lá ficarão. Isso é uma concorrência desleal”, alertou Plínio Jorge.
Além do adiamento do prazo, a ANJL solicitou à SPA que intime as certificadoras a explicarem os motivos do atraso na emissão dos atestados necessários. A certificação, além de ser obrigatória por lei, é fundamental para garantir a segurança e rastreabilidade das operações de apostas no Brasil, evitando fraudes e promovendo maior transparência no setor.