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CAPS de São Paulo passarão a atender transtornos vinculados às apostas e jogos de azar

  • Última modificação do post:1 de setembro de 2025
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Programa estadual sancionado por Tarcísio de Freitas cria rede de apoio 

A partir de agora, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em São Paulo oferecerão atendimento especializado para pessoas que desenvolvem dependência de apostas e jogos de azar. A medida é resultado da lei sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que instituiu o Programa Estadual de Conscientização e Tratamento aos Malefícios dos Jogos de Apostas Online e Cassinos Físicos.

Segundo a legislação, os CAPS deverão contar com equipes preparadas para lidar com casos de dependência, incluindo psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Além do atendimento individual, estão previstas terapias em grupo e parcerias com universidades, entidades especializadas e organizações da sociedade civil para ampliar a rede de acolhimento.

O número de brasileiros que reconheceram a dependência em apostas e buscaram ajuda profissional nos CAPS do Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou significativamente nos últimos anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os atendimentos passaram de 413 em 2021 para 1.265 em 2024, um crescimento de 206%.

No âmbito nacional, o aumento desse tipo de procura representa um desafio crescente para a pasta. O ministro Alexandre Padilha afirmou que a Saúde está “contratando pesquisas para entender melhor o impacto” dos jogos na saúde mental da população e na rede pública de atendimento. “Temos um desafio novo na saúde, que é o problema do vício nos jogos, que já impacta a saúde brasileira. Já aumentou a presença nos CAPS de pessoas que vão lá e revelam isso, e eu acho que a grande maioria nem revela”, declarou.

Número de pacientes pode estar subestimado

Um levantamento sobre o impacto das apostas na Saúde e Economia, divulgado em maio pelo Tribunal de Contas da União (TCU), aponta que a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ainda enfrenta desafios estruturais para tratar o vício em jogos. Segundo o relatório, faltam profissionais especializados e até mesmo espaço físico adequado para o atendimento.

“Há problemas na articulação entre as áreas responsáveis, falta de indicadores específicos para monitorar o problema e poucas campanhas de conscientização sobre os riscos do vício. Além disso, o número de atendimentos registrados como jogo patológico pode estar subestimado e as ações para detectar precocemente casos de dependência são limitadas”, alerta o TCU.

O crescimento das apostas online no país tem sido acelerado desde que a atividade foi legalizada em 2018, embora a regulamentação plena só tenha entrado em vigor em janeiro deste ano, incluindo sanções e possibilidade de suspensão das operações em casos de irregularidades.

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