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CPI das Bets completa um mês com brigas, denúncia e requerimentos copiados

  • Última modificação do post:17 de dezembro de 2024
  • Tempo de leitura:4 minutos de leitura

Tentativa de convocação de presidente e diretor da CBF deve intensificar desentendimentos entre senadores nesta semana

A CPI das Bets, criada no Senado para investigar irregularidades nas apostas online, completou um mês com um clima de tensão. Nesse período, o colegiado foi palco de desentendimentos entre senadores, troca de acusações, denúncias de extorsão envolvendo parlamentares e polêmicas nas conduções dos requerimentos.

Uma denúncia revelada pelo colunista Ricardo Chapola, da revista VEJA afirmou que o lobista Silvio de Assis teria pedido R$ 40 milhões a um empresário para evitar sua convocação à CPI. Silvio, que já foi preso pela Polícia Federal em 2018 por corrupção, negou as acusações e afirmou estar acompanhando a comissão para produzir um documentário sobre o setor de apostas.

Em artigo divulgado também na Veja, o jornalista Matheus Leitão afirmou que revelação gerou impacto imediato na CPI. Durante um depoimento do CEO da Bet Nacional, João Studart, a relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), suplente na CPI, protagonizaram um intenso bate-boca. O conflito começou quando Soraya sugeriu convocar representantes do governo Bolsonaro para explicar a ausência de regulamentação das apostas online. Em resposta, Ciro denunciou ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o suposto esquema de extorsão envolvendo Silvio de Assis.

Soraya confirmou conhecer Silvio, mas negou envolvimento em irregularidades. A senadora afirmou também ter recebido informações de outra denúncia, na qual um senador teria solicitado R$ 100 milhões a um empresário convocado pela CPI. A Polícia Federal está investigando o caso. As acusações teriam inclusive, motivado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a sinalizar com uma possível articulação para encerrar a comissão antes do prazo previsto.

Outro foco de tensão foi a alteração de requerimentos. Na última semana, Soraya transformou convites em convocações obrigatórias, sem apresentar justificativas aos colegas. Essa prática vai contra a tradição das CPIs, onde convites são usados como etapa inicial, convertendo-se em convocações somente após recusa de comparecimento.

Além disso, a escolha de iniciar os trabalhos com depoimentos, sem antes solicitar informações às instituições e empresas relacionadas, gerou críticas entre os membros da comissão.

A CPI votará novos requerimentos esta terça-feira (17). A relatora quer convocar o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, e o diretor de integridade da entidade, Eduardo Gussem. Contudo, senadores questionam a pertinência desses depoimentos, uma vez que o tema de manipulação de resultados esportivos é abordado pela CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, presidida por Jorge Kajuru (PSB-GO).

‘Copia e cola’

O senador Marcos Rogério (PL-RO), ferrenho crítico da regulamentação das apostas esportivas, apresentou requerimentos na CPI das Bets para investigar 97 das 101 empresas que operam regularmente no Brasil, autorizadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda. Os documentos, praticamente idênticos, diferem apenas pelo nome e CNPJ de cada empresa e despertaram atenção por, supostamente, terem sido copiados e colados de uma mesma fonte, inclusive contendo erros de português iguais.

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