Segundo fala de Vital do Rego Filho à Revista Veja, outorga paga pelas empresas ‘passa a ser dinheiro público’
O recém-empossado presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rego Filho, defendeu a participação ativa da Corte na fiscalização do setor de apostas esportivas no Brasil. Em entrevista à Revista Veja, Vital do Rego destacou a importância do debate sobre as bets, enfatizando não apenas os aspectos financeiros, mas também os impactos sociais e de saúde.
“Eu reputo uma questão importantíssima para o Brasil discutir, não apenas em relação ao valor das concessões, mas também em relação aos custos social, sanitário e de saúde mental,” afirmou. Ele sublinhou que o pagamento da outorga por parte das empresas de apostas representa uma receita pública, reforçando a legitimidade da Corte em atuar no setor.
“Para mim, o Tribunal de Contas da União está incluído neste processo como órgão de fiscalização da receita pública, porque, quando uma outorga de 30 milhões de reais é paga para regularizar a empresa de apostas, isso entra nos cofres do Tesouro e passa a ser dinheiro público“, destacou Vital do Rego.
O ex-senador mencionou relatório do Banco Central que mencionava uso de recursos do Bolsa Família em apostas. “Temos total competência e legitimidade para atuar no caso das bets também por conta de casos dolorosos, como aqueles que nós vimos que beneficários do Bolsa Família estão gastando o dinheiro que recebem em apostas em detrimento da alimentação. É uma situação vexatória,” afirmou.
Vital do Rego defendeu a necessidade de uma ampla auditoria no setor de apostas, destacando a gravidade da questão. “Temos que fazer uma ampla auditoria sobre as bets no Brasil. Só substâncias químicas viciam tanto assim,” concluiu.