Comissão Reguladora absolve meia, mas mantém sanção por descumprimento de regra em investigação; pena será divulgada
O jogador do West Ham, Lucas Paquetá é inocentado das acusações de envolvimento em manipulação de apostas feitas pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA). A Comissão Reguladora concluiu, nesta quinta-feira (31) que não houve provas suficientes para sustentar a denúncia de que o jogador teria influenciado partidas da Premier League com fins impróprios.
O caso vinha sendo investigado desde maio de 2024, quando o meia do West Ham foi formalmente acusado de quatro violações à Regra E5.1, que proíbe qualquer tentativa direta ou indireta de influenciar o andamento ou resultado de jogos. Os confrontos citados no processo foram contra Leicester (12/11/2022), Aston Villa (12/03/2023), Leeds United (21/05/2023) e Bournemouth (12/08/2023) – todos jogos em que o atleta recebeu cartão amarelo.
Apesar da absolvição das acusações principais, a Comissão entendeu que Paquetá descumpriu a Regra F3, referente à obrigação de fornecer informações completas e responder perguntas durante a investigação. A penalidade por essa infração será anunciada posteriormente.
Alegações
A FA sustentava que Paquetá teria buscado receber cartões intencionalmente para favorecer o mercado de apostas, permitindo ganhos a terceiros. Em caso de condenação por manipulação de resultados, as regras preveem sanções severas, que podem variar de suspensão mínima de seis meses a banimento vitalício, além de multas.
No entanto, segundo comunicado oficial, “a Comissão Reguladora considerou que as acusações não foram comprovadas após audiência”. O processo teve início com denúncia em maio de 2024, audiência aberta em março e encerrada em junho deste ano. Durante esse período, o West Ham chegou a manifestar preocupação com a demora no julgamento, já que a definição poderia impactar decisões de mercado.
Paquetá se manifesta
Após a decisão, Paquetá utilizou suas redes sociais para reafirmar sua inocência e agradecer o apoio.
“Os inimigos virão contra nós por um caminho, mas por sete caminhos fugirão. Desde o primeiro dia desta investigação, mantive minha inocência contra essas acusações gravíssimas. Não posso dizer mais nada agora, mas também não consigo expressar o quanto sou grato a Deus e o quanto estou ansioso para voltar a jogar futebol com um sorriso no rosto. À minha esposa que não soltou a minha mão, ao West Ham, aos torcedores que sempre me apoiaram, ao Fernando Malta e à minha equipe jurídica da Level (Alastair Campbell, Jonathan Hyman, Dan Lowen), Nick de Marco KC, e Kendrah Potts – obrigado por tudo. Toda glória e toda honra seja dada a Deus!”
O meia, de 28 anos, celebrou a absolvição, mas ainda aguarda a definição sobre a sanção pela violação da Regra F3.
Próximos passos
Com o desfecho, o West Ham decidirá se manterá Paquetá como peça-chave do elenco ou se considerará uma negociação para reforçar o caixa. Durante a investigação, o clube avaliava a possibilidade de buscar reposição no mercado, caso houvesse punição severa.
Entenda as regras envolvidas
-
Regra E5.1 (FA): Proíbe jogadores de tentar influenciar, de forma imprópria, o resultado, andamento, conduta ou qualquer aspecto de uma partida.
-
Regra F3: Determina que atletas devem colaborar plenamente com investigações, respondendo perguntas e fornecendo documentos.
A acusação da FA envolvia quatro jogos, todos com cartões aplicados a Paquetá. A federação ainda apontou duas violações da Regra F3, que podem ser classificadas como má conduta.
Embora a punição para manipulação pudesse levar ao banimento vitalício, a Comissão Reguladora afastou essa possibilidade ao considerar as alegações improcedentes.
Agora, Paquetá está livre para atuar, com a expectativa de voltar a campo com o West Ham, após meses sob incerteza.
