Pasta já começou a receber bases de dados de apostadores das casas de apostas
O Ministério da Fazenda deu início ao monitoramento dos apostadores e das casas de apostas no Brasil, como parte da regulamentação do mercado de apostas e jogos online, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro. A partir dos próximos dias, o órgão começará a receber informações detalhadas sobre o fluxo financeiro das apostas, além dos dados dos jogadores, conforme anunciou o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena.
Desde o início do mês, a Fazenda já está recebendo as bases de dados dos apostadores cadastrados nas plataformas reguladas. “Nos próximos dias, a gente começa a receber as movimentações financeiras associadas a cada um desses apostadores”, afirmou Dudena em entrevista.
Este monitoramento visa identificar atividades suspeitas e garantir a segurança do mercado, com foco no combate ao superendividamento e ao vício em jogos de azar.
A regulamentação impõe às casas de apostas, também conhecidas como bets, a responsabilidade de cruzar os dados de apostas com a renda dos jogadores. A meta é prevenir problemas sociais e financeiros, promovendo o “jogo responsável”. Para isso, as plataformas devem oferecer ferramentas como limites de aposta, alertas e bloqueios temporários de contas, de acordo com parâmetros como tempo de jogo, perdas financeiras e valor depositado.
Sumário
SIGAP
As informações financeiras das apostas serão transferidas ao governo por meio do Sistema de Gestão de Apostas (Sigap). O processo de transferência dos dados está ocorrendo de forma escalonada devido ao grande volume de informações. Este sistema permitirá à Fazenda uma análise contínua das operações financeiras das bets, garantindo maior controle sobre o mercado.
Migração
A migração dos apostadores para o mercado regulado não será automática. Os jogadores deverão realizar um novo cadastro nas plataformas regulamentadas, incluindo reconhecimento facial e vinculação de uma conta corrente para as transações financeiras. As casas de apostas, agora domiciliadas no Brasil, só podem operar com o domínio “.bet.br”.
Os apostadores que não desejarem migrar poderão retirar seus recursos das antigas plataformas. Até o meio do mês, a Fazenda espera ter uma estimativa clara sobre o número de apostadores ativos, os volumes apostados diariamente, os ganhos e as perdas dos jogadores.
“A gente já começou a receber as bases de dados dos apostadores cadastrados. A partir disso, nos próximos dias, a gente começa a receber as movimentações financeiras associadas a cada um desses apostadores”, destacou Dudena.
A expectativa é que, até o meio de janeiro, o governo tenha uma visão mais detalhada sobre o comportamento financeiro dos apostadores no mercado regulado.
