Ex-presidente assinou a medida provisória MP 13756/18, que abriu caminho para a legalização das apostas esportivas online
Em entrevista ao programa Roda Viva, exibido nesta segunda-feira (15), o ex-presidente Michel Temer comentou sobre a medida provisória MP 13756/18, que abriu caminho para a legalização das apostas esportivas online, as chamadas bets, no Brasil. A jornalista Thais Oyama, do jornal O Globo, questionou Temer sobre os impactos da medida, em especial em relação a famílias endividadas por apostas.
Confira a entrevista completa!
“Em 2018, para resolver problemas de orçamento e de arrecadação, o senhor editou uma medida provisória que abriu caminho para legalização das apostas esportivas on-line, as bets. Hoje, diante do cenário em que muitas famílias estão sofrendo um endividamento pesado o senhor concorda com o argumento liberal que o Estado não pode ser um tutor moral do cidadão, que o cidadão que gaste o dinheiro da forma que ele vê entender, nem que isso leve à ruína dele e da sua família?”, perguntou a jornalista.
O ex-presidente ressaltou que a legalização das bets surgiu como uma alternativa intermediária diante de propostas para cassinos no país:
“O grande pleito naquela época era aprovar o jogo em geral: os cassinos do Brasil. Eu sempre resisti à ideia dos cassinos. Sem embargo de achar, porque me levavam propostas de que nas fronteiras poderiam. Em certas localidades poderia haver cassino. Eu sempre resisti a essa ideia, mas aí houve essa ideia intermediária, que era a aposta dos bets, etc. E foi no final do governo que eu autorizei”, afirmou.
Questionado sobre se hoje recuaria diante do cenário em que muitas famílias estariam enfrentam endividamento, Temer ponderou.
“Eu não sei se faria diferente, eu confesso que é interessante, hoje eu vejo muitas notícias, tem a razão, gente mais pobre, que destina boa parte do que ganha para essas apostas. Eu não sei se diante dessa realidade eu recuaria, porque aqui no Brasil também você, toda vez que você recua, você é criticado, mas o recuo é uma coisa democrática”, disse.