Levantamento também apontou a importância da regulamentação no combate ao mercado ilegal
A H2 Gambling Capital, empresa de dados de mercado e consultoria no setor de apostas, apresentou uma atualização detalhada sobre as previsões do mercado brasileiro de iGaming. Esta análise tem como base a lista de operadores licenciados divulgada pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) e inclui estimativas de participação e receita dos mercados regulamentados e não regulamentados para os próximos anos.
Recentemente, a SPA, vinculada ao Ministério da Fazenda, publicou uma lista inicial de empresas autorizadas a operar no mercado de apostas online do Brasil. Das 103 solicitações, 14 empresas receberam aprovação definitiva e outras 55 empresas receberam autorização temporária, assim trazendo ao mercado regulamentado um total de 153 marcas.
Sumário
Betano supera bet365
Com base nesses novos dados, a H2 Gambling Capital realizou uma análise minuciosa da participação de mercado para 2024. Utilizando informações fornecidas pelos operadores, dados de afiliados, de tráfego na web e pesquisas, foi identificado que a Betano superou o até então líder de mercado, bet365. Juntas, essas duas empresas dominam cerca de 40% da receita bruta de jogos (GGR) do mercado.
Licenças e participação de mercado
A H2 também explorou como o status de licenciamento afeta a participação de mercado em 2024. Dos 137 operadores com licenças definitivas ou provisórias:
- Os 14 com licença definitiva representaram 17% do mercado.
- Os 55 com licenças provisórias corresponderam a 70% da receita total, o que mostra a importância da regulamentação para o setor.
- Operadores sem licença responderam por 14% da GGR, destacando a presença do mercado não regulamentado.
Mercado não regulamentado
Os operadores que não receberam uma licença representaram 14% da GGR em 2024, o que significa que uma parte considerável da receita do mercado de apostas online ainda provém de fontes não regulamentadas. Esses dados indicam que cerca de 85% da receita está canalizada para operadores licenciados (onshore), enquanto os 15% restantes correspondem ao mercado ilegal ou offshore. Esse percentual é significativo, pois demonstra o tamanho do desafio que o mercado regulamentado enfrenta para eliminar a concorrência não licenciada.
Segundo a H2, a sobrevivência do mercado ilegal dependerá da capacidade dos operadores licenciados de atrair os clientes desses operadores não licenciados. Além disso, será crucial observar se os operadores não licenciados continuarão a direcionar suas atividades para o mercado brasileiro, mesmo com as regulações em vigor.
As estimativas revisadas da H2 sugerem que o mercado offshore representará cerca de 17% da GGR em 2025, mas essa participação deve cair para cerca de 12% em 2026, assumindo que os operadores com licenças provisórias consigam convertê-las em licenças definitivas. Essa redução na participação do mercado offshore dependerá, em grande parte, da aplicação efetiva das regulamentações e da capacidade dos operadores licenciados de absorver a demanda existente.
Em 2024, a H2 estima que os operadores que não receberam nenhuma licença geraram uma GGR de R$ 3,5 bilhões no mercado online. Para 2025, a previsão é que o mercado online ilegal no Brasil alcance uma GGR de R$ 4,7 bilhões (aproximadamente USD 750 milhões). Contudo, com a implementação rigorosa das regulamentações, especialmente no que diz respeito ao processamento de pagamentos, espera-se que essa cifra diminua significativamente, com os operadores licenciados capturando mais de 93% do mercado até 2027.
Previsões de receita
O mercado regulamentado de apostas online no Brasil está projetado para crescer significativamente:
- Em 2025, espera-se que a receita atinja R$ 23 bilhões (aproximadamente USD 3,7 bilhões).
- Em 2027, a previsão é de um aumento para R$ 36 bilhões (cerca de USD 5,8 bilhões).
De acordo com a H2, esse crescimento será possível com a “aplicação sensata dos regulamentos e a falta de alterações legislativas adversas relevantes”, concluiu.