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Colunista chama bets de ‘perversas’ e afirma serem mais ‘danosas’ que tarifaço de Trump

  • Última modificação do post:27 de agosto de 2025
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Leonardo Sakamoto comparou movimentação de bets com possível perda salarial de medidas de presidente americano

O colunista Leonardo Sakamoto classificou as casas de apostas como um dos mecanismos mais “perversos” de transferência de renda no Brasil, em coluna publicada no Uol nesta terça-feira (26).Ele ainda afirmou que seus efeitos são mais danosos em um ano aos trabalhadores do que o chamado “tarifaço” do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

De acordo com o texto, as bets movimentaram R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, valor que, segundo o colunista, representa a diferença entre o que é apostado e o que retorna em prêmios. Para efeito de comparação, Sakamoto citou estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), segundo o qual a perda de massa salarial causada pelas tarifas de Trump seria de R$ 14,3 bilhões em um ano, em um cenário sem medidas de mitigação.

Impactos sociais e econômicos

Na avaliação do colunista, a atividade das bets tem provocado consequências graves, como endividamento, desistência de estudos e até casos de suicídio relacionados à ludopatia. Ele citou levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, segundo o qual 34% dos jovens adiaram a entrada na faculdade por gastos com apostas.

Sakamoto também destacou que a regulamentação do setor no Brasil foi considerada benéfica demais às empresas, sem a devida atenção ao impacto na saúde pública. Segundo ele, o SUS já enfrenta sobrecarga no atendimento de pessoas viciadas em jogos.

Tributação e publicidade

O texto menciona a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de aumentar a taxação sobre as bets para compensar a substituição do IOF, medida que teria gerado resistência das operadoras.

Outro ponto de crítica é a publicidade do setor. Para o colunista, a propaganda agressiva e os patrocínios milionários sustentam a expansão acelerada do mercado. Ele defendeu que o Brasil siga o exemplo do que foi feito com a indústria do tabaco, restringindo severamente a publicidade das apostas.

‘Máquina de moer gente’

Sakamoto resumiu sua visão sobre o setor de forma contundente: as bets, segundo ele, não são apenas entretenimento, mas uma “máquina de moer gente”, especialmente em um país marcado pela desigualdade social e pela falta de educação financeira.

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