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III Congresso Nacional de Loterias Municipais: Uso de VLTs pode gerar receita e dinamizar economia local

  • Última modificação do post:14 de agosto de 2025
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Painel discutiu potencial dos Video Lottery Terminals para municípios brasileiros

Na sequência da programação, o III Congresso Nacional de Loterias Municipais do Brasil promoveu, às 15h, o painel “O uso de VLTs e a geração de receita e dinamização econômica local”. Participaram Ana Bárbara, diretora de Assuntos Regulatórios da Ocean 88 Holdings; Gabriela Novello, CCO e Co-Founder da Chips Entertainment; Tiago Luz Pinto, CTO na Jogo GlobalFabiano Braga, head of Support da Weebet; e João Motta, advogado.

O debate apresentou diferentes visões sobre como os Video Lottery Terminals (VLTs) podem impulsionar a arrecadação municipal, criar empregos diretos e indiretos, fomentar o turismo e fortalecer a economia local — mas também expôs divergências sobre regulamentação, tecnologia e modelo operacional mais adequado para o Brasil.

Credibilidade e controle

João Motta iniciou sua fala reforçando que as loterias municipais são plenamente legais e amparadas por decisão do Supremo Tribunal Federal desde 2020. Para ele, o VLT é apenas uma forma de distribuição de produtos lotéricos, como jogos instantâneos, prognósticos e passivos, mas que precisa estar ancorada em mecanismos de controle para preservar a credibilidade.

“O jogo nasce com a credibilidade. O município precisa ter mecanismos de controle para não abalar a confiança do operador e da própria loteria municipal”, disse.

Motta defendeu que a maneira mais eficaz de conciliar segurança regulatória e boa experiência do usuário é utilizar o Pix como ferramenta de KYC nos terminais.

“Em ambientes de entretenimento, como salas de VLTs, bares ou pontos de venda, o Pix já traz todos os elementos para identificar o apostador, verificar restrições e manter o controle exigido, sem gerar a fricção que um login ou cadastro em todos os terminais poderia causar.”

Modelo híbrido

Fabiano Braga apresentou uma visão diferente, defendendo o sistema híbrido — que combina pagamentos físicos e digitais — como estratégia para atrair apostadores do mercado clandestino para o ambiente regulado.

“Se não começar com o híbrido, não se combate o clandestino. O físico gera receita, empregos e turismo local. Uma loja âncora com 150 máquinas numa cidade próxima a um grande centro pode atrair público e receita para o município”, afirmou.

Ele explicou que VLTs certificados, conectados 100% online e auditados por laboratórios, podem aceitar cédulas sem comprometer a segurança ou legalidade.

“O clandestino não vai colocar o CPF dele numa máquina. Com o híbrido, ele começa a jogar no físico e, para receber o prêmio, é obrigado a entrar no ambiente digital. Assim, introduzimos o usuário no online e fortalecemos a operação legal”, explicou.

KYC

Ana Bárbara ressaltou a importância do KYC para proteger o jogador e preservar a reputação da operação, mas reconheceu que a aplicação varia conforme o modelo adotado.

“O desafio é equilibrar fricção e segurança. Em lojas físicas com autoatendimento, o KYC é viável. Mas em operações mais espalhadas, é preciso pensar em modelos tecnicamente viáveis para garantir a proteção do usuário e a credibilidade do município”, falou.

Segurança

Gabriela Novello reforçou que, além do jogo responsável, é fundamental garantir segurança física para quem frequenta os pontos de jogo. Ela alertou que permitir circulação de dinheiro nas máquinas pode expor jogadores e estabelecimentos a riscos.

“Todos já vimos máquinas em bares, escondidas atrás de caixas de cerveja. Existe uma confusão entre caça-níqueis e VLTs. Precisamos de transparência e educação para o público, e eliminar a circulação de dinheiro reduz riscos de segurança. O jogador está ali para se divertir, e a experiência precisa ser positiva e segura”, ressaltou.

Embora reconheça que o modelo híbrido pode ajudar a combater o ilegal, ela ponderou que é preciso avaliar seu impacto sobre a segurança.

“O híbrido pode ser uma solução, mas também pode criar outro problema, que é a segurança de quem frequenta os ambientes de jogo”, disse.

Padronização e tecnologia auditável

Tiago Luz Pinto destacou que muitos municípios não terão capacidade técnica para lidar com auditorias e relatórios complexos, e defendeu que associações do setor disseminem melhores práticas.

“É preciso padronizar procedimentos e orientar municípios, porque cada um pode adotar regras diferentes. A associação pode reunir e difundir as melhores experiências para que todos se beneficiem”, afirmou.

Ele também reforçou a importância de VLTs com plano de jogo auditável e payout garantido.

“Isso estabiliza o mercado, dá confiança ao jogador e evita problemas futuros”, concluiu.

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