congresso nacional de loterias municipais meios de pagamento

III Congresso Nacional de Loterias Municipais debate operações de pagamentos e proteção do sistema financeiro

  • Última modificação do post:14 de agosto de 2025
  • Tempo de leitura:5 minutos de leitura

Especialistas do mercado de pagamentos discutiram importância de práticas seguras para o funcionamento do setor de loterias

Encerrando a programação de painéis do primeiro dia do III Congresso Nacional de Loterias Municipais do Brasil, o quinto debate trouxe como tema “As operações de pagamentos e as políticas corporativas que equilibram liberdade econômica e proteção do sistema financeiro nacional”. A mesa reuniu executivos e especialistas do mercado de pagamentos, que discutiram a importância de práticas seguras e eficientes para o funcionamento do setor de loterias.

Participaram do painel Ângelo Braga, CEO da Onepay; Paulo Pinto, sócio da Only Up Instituição de Pagamentos e Tiago Ernesto, diretor da 7trust.

O encontro destacou como as empresas do segmento vem estruturando suas operações para atender às demandas de compliance, prevenção à lavagem de dinheiro e rastreabilidade financeira, ao mesmo tempo em que preservam a liberdade econômica e a competitividade do mercado. Também foram abordados os desafios tecnológicos e regulatórios que impactam os meios de pagamento no ecossistema de apostas e loterias, além de tendências para garantir segurança, agilidade e confiança nas transações.

Ângelo Braga destacou os desafios de regulamentação e a percepção social sobre os jogos de apostas.

“A problemática que vemos deriva diretamente da parte financeira. O jogador compulsivo tem o problema de gastar muito, mas o número de jogadores realmente compulsivos é ínfimo diante do mercado”, afirmou.

Ele chamou atenção para a necessidade de regulamentação mais robusta e para o papel do mercado financeiro e operadores no apoio a municípios e empresas.

“Como é que o mercado financeiro e os operadores financeiros desse mercado podem auxiliar os municípios e os próprios operadores para trazer aquela sensação, na verdade, de segurança diante de algo que há pouco era ilegal, eram jogos no Brasil, há pouco tempo era ilegal, mas que mesmo tendo sido legalizados, ainda são muito rotulados como imorais. A sensação que a gente tem na sociedade é o jogador ser algo sempre ruim. Eles não têm a ideia de que o número dos jogadores que realmente são compulsivos é ínfimo diante do mercado em si”, disse.

Paulo Pinto reforçou a importância do papel das instituições financeiras na prevenção à lavagem de dinheiro e no monitoramento das operações.

“Todo o monitoramento de PLD, de prevenção à lavagem de dinheiro, passa pela instituição. Embora eu brinque que a instituição não tem o poder de polícia, mas ela tem o poder de fiscalizar e acompanhar“, explicou.

Ele destacou a relação entre legalidade e segurança do setor.

“Quem quer jogar irá jogar, esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é que é melhor ser legal, porque você tem um Estado fiscalizando e todo o aparato estatal orientando a atividade. As instituições financeiras e de pagamento são parceiras tanto dos municípios quanto dos estados e também dos operadores para o bom funcionamento do mercado. É um ecossistema de codependência, não de competição”, falou

Tiago Ernesto abordou o impacto do PIX nas apostas e os desafios práticos das operações de pagamento.

“O PIX foi muito importante para o crescimento das bets por facilitar as transferências, dar comodidade para os usuários, não só para os operadores, mas também para o público, porque você não precisa esperar o dia útil para fazer o pagamento. Você pode fazer aos finais de semana também”, explicou.

Ele também alertou para situações de risco envolvendo a operação.

“O lado ruim é que algumas vezes a transação acaba sendo equivocada e uma vez feita é difícil desfazer. Então, como desfazer isso daí? E, às vezes o apostador faz proposital, só que ele pode argumentar que não foi proposital. E quem está certo? E como desfazer? Então, às vezes ele abre uma solicitação de devolução da solicitação. Temos que ser muito frio ao analisar aquela situação. Temos que comunicar com o operador de apostas para fazer uma análise e saber como que foi, quando esse operador entrou, quando se cadastrou. Então, é bem complicado e acaba onerando bastante o nosso time”, concluiu.

24 Visualizações totais - 1 Visualizações hoje