Wagner Fernandes, CMO da Oddsgate, detalhou a iniciativa em entrevista exclusiva durante o SBC Summit Rio
O mercado de apostas está em constante evolução, e a Oddsgate busca antecipar tendências para garantir um desenvolvimento sustentável do setor. Durante o SBC Summit Rio, realizado entre os dias 25 e 27 de fevereiro no Riocentro, no Rio de Janeiro, a empresa apresentou o Projeto 2050, uma iniciativa que busca traçar um panorama do futuro do setor. O estudo já está disponível na landing page dedicada ao levantamento. Confira aqui!
Em entrevista exclusiva ao MediaBet Brasil, Wagner Fernandes, CMO da Oddsgate, explicou os detalhes do projeto e os insights obtidos a partir de um extenso trabalho de pesquisa, que envolveu entrevistas com mais de 200 especialistas da indústria e de outros segmentos, além de um estudo aprofundado das tendências tecnológicas, sociais e econômicas que podem impactar o setor.
Sumário
- 1 MediaBet Brasil – O que é o projeto 2050 e qual foi a motivação para criá-lo?
- 2 MediaBet Brasil – Quais foram os principais insights do estudo?
- 3 MediaBet Brasil – E quando falamos de Brasil, houve algum insight específico para o mercado nacional?
- 4 MediaBet Brasil – O que diferencia o 2050 de outras pesquisas sobre o futuro da indústria de apostas?
MediaBet Brasil – O que é o projeto 2050 e qual foi a motivação para criá-lo?
Wagner Fernandes – O 2050 surgiu da necessidade de compartilharmos conhecimento e conteúdo com outras pessoas do setor. Inicialmente, pensamos em fazer um estudo sobre 2025, mas percebemos que seria algo curto e não atenderia ao nosso propósito de explorar tendências de longo prazo. Então, decidimos contratar uma empresa especializada em foresight (prospecção de futuros) para nos ajudar nessa missão.
O nome 2050 surgiu justamente porque buscamos projetar os possíveis cenários para os próximos 25 anos. O objetivo não é prever o futuro com exatidão, mas sim analisar o que é plausível e quais tendências podem moldar a indústria de apostas. Para isso, realizamos mais de 200 entrevistas, além de 20 conversas estruturadas com stakeholders da indústria e especialistas de outros setores, como neuropsicologia, marketing, pesquisa de mercado e tecnologia.
MediaBet Brasil – Quais foram os principais insights do estudo?
Wagner Fernandes – Um dos insights que mais me chamou a atenção foi o impacto do envelhecimento populacional na indústria. Hoje, a Índia é o país mais populoso do mundo, com cerca de 1,4 bilhão de habitantes. Em 2050, estima-se que a população global com mais de 80 anos será de 1,6 bilhão. Se essa faixa etária fosse um país, seria maior do que a Índia hoje.
Esse dado é relevante porque, tradicionalmente, a indústria de apostas foca em atrair públicos mais jovens, entre 20 e 40 anos. No entanto, com o envelhecimento da população, o mercado precisará se adaptar para incluir esse novo perfil de consumidor. A indústria do turismo já percebeu essa tendência, mas o setor de apostas ainda não se atentou a essa transformação.
Outro ponto interessante é a hiperpersonalização da experiência do usuário. No futuro, não apenas o conteúdo consumido será personalizado, mas todo o layout e interface das plataformas de apostas serão ajustados ao perfil de cada jogador. Isso terá um impacto direto na retenção de usuários, um dos principais desafios do setor.
MediaBet Brasil – E quando falamos de Brasil, houve algum insight específico para o mercado nacional?
Wagner Fernandes – Um dos destaques para o Brasil, que também pode ser aplicado globalmente, é o entendimento da hiperpersonalização como ferramenta fundamental para retenção de jogadores. Ainda há muitos operadores que não perceberam que a retenção é mais valiosa do que a aquisição. Muitas empresas focam em atrair novos usuários, mas não pensam em como manter esses jogadores ativos de maneira saudável.
A retenção de usuários tem uma ligação direta com o jogo responsável. O operador precisa criar estratégias que não incentivem apostas irresponsáveis, mas sim uma relação de longo prazo com o jogador. O foco deve estar em garantir uma experiência equilibrada para que esse jogador continue ativo no mercado por anos, sem ultrapassar sua capacidade financeira.
MediaBet Brasil – O que diferencia o 2050 de outras pesquisas sobre o futuro da indústria de apostas?
Wagner Fernandes – O grande diferencial do Projeto 2050 é que ele não se limita a um estudo da própria indústria de apostas. Como mencionei, conversamos com especialistas de diversas áreas, desde neuropsicologia e automação até blockchain e inteligência artificial. Isso nos permitiu obter insights que fogem do discurso comum do setor.
Muitas vezes, a indústria de apostas é muito conservadora, esperando que tecnologias e tendências sejam testadas em outros mercados antes de adotá-las. Mas, com o 2050, conseguimos trazer uma visão inovadora sobre o que pode estar por vir.
Acreditamos que será um material essencial para qualquer empresa que queira se preparar para o futuro da indústria.