De acordo com pesquisa do Datafolha, 23% dos evangélicos já admitiram participar de apostas esportivas
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada no último dia 26 de novembro, 23% dos evangélicos já admitiram participar de apostas esportivas, enquanto entre os católicos o índice é de 19%. Esses números surpreendem, considerando que, historicamente, a adesão dos evangélicos a loterias tradicionais, como a Mega-Sena, é de apenas 19%, contra 36% dos católicos.
Riscos exigem cautela
Para o teólogo João Mendes, em entrevista ao UOL, apostar não é pecado por definição, mas os riscos associados à prática são o que exigem maior cautela. “Apostar não é intrinsecamente um pecado, mas se torna problemático quando afeta negativamente a vida pessoal ou familiar, incentivando vícios ou a ganância”, explicou.
A pastora Ana Clara Soares adotou uma visão mais crítica sobre o tema. “Quando as pessoas colocam sua fé no dinheiro ou na sorte, em vez de em Deus, elas desviam o foco espiritual. Isso pode ser considerado uma forma de idolatria”, afirmou.
O teólogo Milton Paulo Silva, da Igreja Vineyard, em Mogi das Cruzes (SP), compartilhou ao UOL que sua visão sobre apostas mudou ao longo do tempo. Inicialmente, ele via a prática como um pecado absoluto, mas hoje enxerga como um perigo iminente. “Eu parei de tratar o assunto como pecado e comecei a ver a questão da aposta como um risco de vício. Isso pode colocar a segurança e a estabilidade financeira em risco, além de afetar a família”, explicou.
Milton alertou para a falsa sensação de inofensividade das apostas em plataformas digitais. Segundo ele, muitas pessoas acabam endividadas sem perceber a gravidade da situação. “As apostas dão uma falsa sensação de que é algo pequeno, mas, no fundo, estão causando grandes prejuízos.”
‘Aspecto espiritual profundo’
Já o pastor Fábio Carrenho, da Primeira Igreja Batista de Campinas (SP), afirmou ao UOL que a prática vai além de uma questão financeira e atinge aspectos espirituais profundos. “Nem todas as coisas me são lícitas, mas nem todas edificam e nem todas convêm. Apostar, mesmo que de forma esporádica, não reflete a postura de alguém que confia plenamente no Senhor”, afirmou, citando 1 Coríntios 6.12.
Segundo Carrenho, apostar pode ser perigoso porque desvia a confiança dos cristãos de Deus para o dinheiro. Ele destaca que as apostas criam uma falsa promessa de solução rápida para problemas financeiros, enquanto desviam o foco da verdadeira fonte de esperança cristã. “Ao apostar, as pessoas colocam suas expectativas em um prêmio e, sem perceber, transformam o dinheiro em um ídolo, algo que Jesus condenou fortemente ao falar sobre Mamon”, disse.
Por outro lado, outros líderes religiosos destacam que as apostas, se realizadas com moderação e sem prejuízos financeiros ou sociais, não representam um pecado grave. A questão, segundo eles, é evitar que a prática se transforme em um hábito compulsivo, algo que afete as finanças ou as relações familiares.
É o caso do teólogo Milton Paulo Silva, da Igreja Vineyard, em Mogi das Cruzes (SP), que compartilhou ao UOL que sua visão sobre apostas mudou ao longo do tempo. Inicialmente, ele via a prática como um pecado absoluto, mas hoje enxerga como um perigo iminente. “Eu parei de tratar o assunto como pecado e comecei a ver a questão da aposta como um risco de vício. Isso pode colocar a segurança e a estabilidade financeira em risco, além de afetar a família”, explicou.
Milton alertou para a falsa sensação de inofensividade das apostas em plataformas digitais. Segundo ele, muitas pessoas acabam endividadas sem perceber a gravidade da situação. “As apostas dão uma falsa sensação de que é algo pequeno, mas, no fundo, estão causando grandes prejuízos”, concluiu.