O aumento das apostas online vem despertando preocupações entre pastores de algumas denominações pela possibilidade de dependência financeira e emocional entre os fiéis. A Igreja Universal, por exemplo, discutiu o tema recentemente em seu site. Uma pesquisa realizada pelo PoderData com 2.500 pessoas em outubro apontou que líderes evangélicos relatam um número crescente de casos de endividamento e comprometimento financeiro devido às apostas, com 29% dos evangélicos entrevistados admitindo ter jogado ao menos uma vez online.
Esse cenário tem levado denominações como a Renascer em Cristo a apoiar ações para prevenir a dependência. O apóstolo Estevam Hernandes compartilhou um caso específico à Folha de São Paulo. “Temos o caso de um menino que tinha R$ 90 e foi jantar com a namorada. A conta deu mais do que isso, ele foi ao banheiro e jogou os R$ 90. Perdeu tudo”.
Outro exemplo vem do bispo Renato Cardoso, cotado para suceder Edir Macedo na Igreja Universal, que associou o vício em apostas como um problema espiritual, ligado ao “espírito do vício e o espírito do demônio da riqueza, chamado Mamom”.
Silas Malafaia também se posicionou contra a atividade. “Vai orar a Deus, ler a Bíblia, pede para Jesus te libertar dessa praga”. Segundo ele, não é apenas uma questão financeira, mas que “o diabo veio roubar, matar e destruir, então tudo aquilo que leva o homem e sua família à destruição,para nós, tem o diabo por trás”.
O grupo CR (Celebrando a Recuperação) é um grupo que atua na orientação de apostadores em encontros que acontecem, por exemplo, na Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo.
Roseni Welmerink, diretora nacional do projeto, afirmou que muitos dos que buscam ajuda ali não percebem que sua crise financeira e emocional vem das apostas. “Por estarem quebrados financeiramente, com relacionamentos desfeitos, crises de ansiedade, depressão. Só que eles não entendem que isso é resultado das bets“, disse.
