Proposta do Executivo recebeu 12 votos favoráveis e 8 contrários
A Câmara Municipal de Piracicaba aprovou, em primeira discussão, o projeto que cria o Serviço Público de Loteria Municipal. A expectativa da prefeitura é arrecadar R$ 75 milhões com a nova modalidade, que permitirá a captação de apostas e a comercialização de bilhetes para reforçar o caixa do município. A proposta do Executivo recebeu 12 votos favoráveis e 8 contrários.
Entre os parlamentares que votaram a favor, Renan Paes (PL) destacou a importância de manter os recursos dentro da cidade. “Eu acho melhor que jogue na loteria do município do que no jogo do bicho, que serve para lavagem de dinheiro e causa tanta violência. Eu, todo mês, faço uma ´fézinha´, então seria contraditório eu votar contra”, afirmou.
Josef Borges (Progressistas), líder de Governo, defendeu a proposta ressaltando o caráter regulatório. “Esse recurso do jogo ficará no município, diferente dos outros que vão para fora da cidade. O Governo do Estado já está implantando sua própria loteria”, disse.
Felipe Gema (Solidariedade) também apoiou a iniciativa. “As pessoas têm livre arbítrio para escolher se jogam ou não”, declarou. Já Pedro Kawai (PSDB) reconheceu os riscos da prática, mas reforçou o destino dos recursos. “Temos que entender que não é só esta loteria que tem pra jogar e esses recursos vão para outras esferas”, comentou.
Apesar da aprovação, oito vereadores votaram contra o projeto. Rai de Almeida (PT) criticou o incentivo à prática. “O jogo vicia e traz doenças, não tem benefício para a sociedade. É uma inversão do que privamos para a saúde mental e vai afetar ainda mais os postos de saúde”, apontou.
Silvia Morales (PV) também manifestou preocupação com a ludopatia. “É um risco esse incentivo ao vício”, afirmou. Edson Bertaia (MDB), por sua vez, relacionou a medida aos impactos sociais. “Nos atendimentos pastorais tínhamos como vícios a serem tratados o álcool e drogas, hoje o provedor tem gastado todo o salário com jogos”, relatou.
O projeto ainda precisará passar por segunda discussão na Câmara antes de ser encaminhado à sanção do Executivo.
